terça-feira, 24 de maio de 2011

Ninguém é de ninguém

(Artigo publicado no jornal Aqui Notícias)

Considerando o jogo de interesses que há na política e que uma aliança depende do que o próximo tem a oferecer, o caminho até 2012 é largo e cabe muita gente. A própria eleição de Carlos Casteglione (PT) em 2008 quebrou paradigmas e se tornou atenuante para que outros partidos também se aventurem na disputa majoritária em Cachoeiro. Isso é legítimo.

Partindo desse ponto de vista, a incoerência ‘rola a solta’ na política cachoeirense. Não existe comprometimento com o projeto alheio, porém ninguém quer largar o ‘filé’. Só o abandona quando identifica outro caminho, com outro parceiro, para reconquistar a ‘carne gorda’. E nessa trilha seguem muitos na política local.

Frente às eleições próximas, quem deve usar de toda inteligência a cada segundo é o prefeito Carlos Casteglione (PT), para não perder a oportunidade de estender por mais quatro anos a gestão PT no município.

Erros, todos os governos cometem. Com o PT jamais deixaria de ser diferente, a contar que é a primeira vez que o partido chega ao posto de maior relevância da cidade. Tenha pecado, talvez, na construção do secretariado e na permanência de alguns, contrariando a opinião pública; em atrasos com as intervenções do Orçamento Participativo (OP); dentre outros pontos.

Sabemos também que os dois primeiros anos de governo são difíceis. É o tempo de organizar as coisas ao seu modo, conhecer as necessidades do município, implantar as suas prioridades, planejar, confeccionar os projetos, aprender a fazer milagres com o orçamento próprio e ter habilidade com o pires para apresentá-lo triunfalmente ao Estado e União. Sem contar com a ação destrutiva dos adversários políticos.

Não posso negar que neste terceiro ano o governo Casteglione caminha a passos largos, executando obras de grande importância para as comunidades. Claro que não é tudo, até porque não se faz tudo em quatro anos, nem em três e nem em 50. Quase todos os dias Casteglione inaugura ou inicia uma obra; no Diário Oficial, vê-se a contratação de outras. O povo quer ter os seus pleitos atendidos, e está acontecendo.

Na última pesquisa, o que se viu foi uma reprovação pessoal. Percebe-se que é uma questão de aparência refletida pela ausência de carisma político e expressão física, nada atrelada a adjetivos pejorativos. Inclusive, existem técnicas para melhorar esse aspecto, e, pelo o que ouvi, já estão sendo aplicadas.

Até o fim deste ano, as pesquisas vão apontar se, diante do sentimento popular, houve evolução na administração petista. Politicamente, quem deve torcer para uma retomada são os próprios petistas. Do outro lado, mesmo que de ‘mãos dadas’, os demais partidos estão se estruturando e articulando para não ficarem a ‘ver navios’ caso o PT tropece.

Tanto que boa parte dos partidos, aliados ao governo, tem em suas estruturas alguns nomes que, teoricamente, podem disputar a prefeitura: PSB (Claudia Lemos) e PV (Abel Santana), os outros – PSDB, PDT, PSC e PRB – estão se articulando. Ninguém é de ninguém.

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