quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

‘Implosão’ estremece vida de ‘peão’


Há semanas na mira da justiça, através da operação Derrama, o deputado Theodorico Ferraço (DEM) demonstra sentir que desta vez a sua vida política pode correr sérios riscos. Tanto que, nos bastidores, a informação é de que ele já procurara o governador Renato Casagrande (PSB) e também o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) possivelmente para ajudá-lo na questão, mas não tivera sucesso.

O demista entrou no olho do furacão após ser denunciado por seu cunhado Yamato Ayub, que foi secretário de Finanças da irmã Norma Ayub, ex-prefeita de Itapemirim.

No meio político, é de conhecimento geral a influência que Ferraço tinha na prefeitura de Itapemirim, principalmente na articulação com os vereadores locais. Ainda sem experiência administrativa, quando assumiu em 2004, era natural também que Norma viesse a receber instruções do marido, que carrega no currículo algumas passagens pelo executivo cachoeirense.

Mas, em depoimento ao Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), Ferraço preferiu afirmar que não era “chefão de prefeitura, era peão”. Com tal posicionamento, o deputado transfere toda e qualquer responsabilidade de uma possível irregularidade para a sua esposa.

Ao tentar ‘lavar as mãos’, a relação familiar – ora abalada pelo cunhado Yamato – pode chegar a níveis mais tensos contra Ferraço, se for o caso de Norma decidir responsabilizá-lo por aquilo que fora articulado pelo marido junto à empresa CMS Consultoria, conforme denúncia realizada.

Sozinho, Theodorico vive um dos momentos mais dramáticos de sua trajetória, já que pode colocar em risco a sua reeleição em 2014 e o seu capital político. Após uma provável queda, dificilmente aparecerá outro peemedebista para reerguê-lo como já ocorrera em Cachoeiro de Itapemirim.

A operação investiga esquema de fraudes na cobrança de tributos em oito municípios que tiveram contrato com a referida empresa; 31 pessoas foram presas.



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