Há semanas na mira da justiça,
através da operação Derrama, o deputado Theodorico Ferraço (DEM) demonstra sentir
que desta vez a sua vida política pode correr sérios riscos. Tanto que, nos
bastidores, a informação é de que ele já procurara o governador Renato
Casagrande (PSB) e também o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) possivelmente
para ajudá-lo na questão, mas não tivera sucesso.
O demista entrou no olho do
furacão após ser denunciado por seu cunhado Yamato Ayub, que foi secretário de
Finanças da irmã Norma Ayub, ex-prefeita de Itapemirim.
No meio político, é de
conhecimento geral a influência que Ferraço tinha na prefeitura de Itapemirim,
principalmente na articulação com os vereadores locais. Ainda sem experiência
administrativa, quando assumiu em 2004, era natural também que Norma viesse a
receber instruções do marido, que carrega no currículo algumas passagens pelo
executivo cachoeirense.
Mas, em depoimento ao Núcleo de
Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), Ferraço preferiu afirmar
que não era “chefão de prefeitura, era peão”. Com tal posicionamento, o
deputado transfere toda e qualquer responsabilidade de uma possível
irregularidade para a sua esposa.
Ao tentar ‘lavar as mãos’, a
relação familiar – ora abalada pelo cunhado Yamato – pode chegar a níveis mais
tensos contra Ferraço, se for o caso de Norma decidir responsabilizá-lo por
aquilo que fora articulado pelo marido junto à empresa CMS Consultoria,
conforme denúncia realizada.
Sozinho, Theodorico vive um dos momentos
mais dramáticos de sua trajetória, já que pode colocar em risco a sua reeleição
em 2014 e o seu capital político. Após uma provável queda, dificilmente
aparecerá outro peemedebista para reerguê-lo como já ocorrera em Cachoeiro de
Itapemirim.
A operação investiga esquema de
fraudes na cobrança de tributos em oito municípios que tiveram contrato com a
referida empresa; 31 pessoas foram presas.
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